Introdução
Maria Madalena - A Discípula que Desafiou o Tempo!
é uma das figuras mais enigmáticas e fascinantes da história cristã. Frequentemente cercada por mistérios e interpretações diversas, sua presença nas narrativas bíblicas vai muito além de ser uma seguidora de Jesus Cristo. Ela emerge como um símbolo de fé, redenção e lealdade, desempenhando um papel crucial nos momentos mais marcantes da vida e do ministério de Jesus.
De uma mulher liberta de sete demônios à testemunha do evento mais transformador da história cristã – a ressurreição de Cristo –, Maria Madalena atravessa séculos como uma figura que desafia preconceitos e inspira novas perspectivas. Quem era realmente esta mulher? Qual foi sua contribuição para o cristianismo nascente? E por que seu nome ecoa com tanta força, mesmo diante de séculos de equívocos e mal-entendidos?
Neste livro, mergulhamos na vida de Maria Madalena, desvendando as camadas de sua história a partir dos Evangelhos e de textos históricos e apócrifos. Exploraremos sua jornada espiritual, suas interações com Jesus e seus seguidores, e o impacto duradouro de sua fé. Esta obra não apenas busca resgatar sua verdadeira identidade, mas também prestar homenagem a uma mulher cuja coragem e devoção continuam a inspirar milhões ao redor do mundo.
Que este relato nos permita conhecer Maria Madalena não como uma figura controversa, mas como uma discípula fiel, uma testemunha da verdade e, acima de tudo, um exemplo de transformação e esperança para a humanidade.
Agora veja cada capítulo logo abaixo.
Capítulo 1
1Este Evangelho foi escrito provavelmente no século II. Foi através de um
fragmento copta, que ele chegou até nós. O destaque fica para a estranha parábola
que Jesus conta para Maria Madalena.
2Esta passagem ocorreu após sua
crucificação.
Salvador disse: "Todas as espécies, todas as formações, todas as criaturas estão
unidas, elas dependem umas das outras, e se separarão novamente em sua própria
origem. Pois a essência da matéria somente se separará de novo em sua própria
essência. Quem tem ouvidos para ouvir que ouça".
3Pedro lhe disse: "Já que nos explicaste tudo, dize-nos isso também: o que é o
pecado do mundo?" Jesus disse: "Não há pecado; sois vós que os criais, quando
fazeis coisas da mesma espécie que o adultério, que é chamado 'pecado'.
4Por isso
Deus Pai veio para o meio de vós, para a essência de cada espécie, para conduzi-la
a sua origem."
Em seguida disse: "Por isso adoeceis e morreis [...]. Aquele que compreende
minhas palavras, que as coloque-as em prática.
5A matéria produziu uma paixão sem igual, que se originou de algo contrário à Natureza Divina. A partir daí, todo o
corpo se desequilibra.
Essa é a razão por que vos digo: tende coragem, e se estiverdes desanimados,
procurais força das diferentes manifestações da natureza. Quem tem ouvidos para
ouvir que ouça.
6"Quando o Filho de Deus assim falou, saudou a todos dizendo: "A
Paz esteja convosco.
Recebei minha paz. Tomai cuidado para ninguém vos afaste do caminho, dizendo:
'Por aqui' ou 'Por lá', Pois o Filho do Homem está dentro de vós. Segui-o. Quem o
procurar, o encontrará.
7Prossegui agora, então, pregai o Evangelho do Reino. Não
estabeleçais outras regras, além das que vos mostrei, e não instituais como
legislador, senão sereis cerceados por elas".
Capítulo 2
1Após dizer tudo isto partiu. Mas eles estavam profundamente tristes. E falavam: "Como vamos pregar aos
gentios o Evangelho ao Reino do Filho do Homem? Se eles não o procuraram, vão
poupar a nós?"
2Maria Madalena se levantou, cumprimentou a todos e disse a seus irmãos: "Não
vos lamentais nem sofrais, nem hesiteis, pois sua graça estará inteiramente
convosco e vos protegerá. Antes, louvemos sua grandeza, pois Ele nos preparou e
nos fez homens".
3Após Maria ter dito isso, eles entregaram seus corações a Deus e
começaram a conversar sobre as palavras do Salvador.
Pedro disse a Maria:"Irmã, sabemos que o Salvador te amava mais do que qualquer
outra mulher.
4Conta-nos às palavras do Salvador, as de que te lembras, aquelas que
só tu sabes e nós nem ouvimos."
Maria Madalena respondeu dizendo: " Esclarecerei a vós o que está oculto".
5E ela
começou a falar essas palavras: "Eu", disse ela, "eu tive uma visão do Senhor e
contei a Ele: 'Mestre, apareceste-me hoje numa visão'. Ele respondeu e me disse:
'Bem aventurada sejas, por não teres fraquejado ao me ver. Pois, onde está a mente
há um tesouro'.
6Eu lhe disse: 'Mestre, aquele que tem uma visão vê com a alma ou
como espírito?' Jesus respondeu e disse: "Não vê nem com a alma nem com o
espírito, mas com a consciência, que está entre ambos - assim é que tem a visão
[...]".
7E o desejo disse à alma: 'Não te vi descer, mas agora te vejo subir. Por que falas
mentira, já que pertences a mim?' A alma respondeu e disse:'Eu te vi. Não me
viste, nem me reconheceste. Usaste-me como acessório e não me reconheceste.'
Depois de dizer isso, a alma foi embora, exultante de alegria.
8"De novo alcançou a
terceira potência , chamada ignorância. A potência, inquiriu a alma dizendo: 'Onde
vais? Estás aprisionada à maldade.
Estás aprisionada, não julgues!' E a alma disse: ' Por que me julgaste apesar de eu
não haver julgado? Eu estava aprisionada; no entanto, não aprisionei.
Capítulo 3
1Não fui
reconhecida que o Todo se está desfazendo, tanto as coisas terrenas quanto as
celestiais.' "Quando a alma venceu a terceira potência, subiu e viu a quarta
potência, que assumiu sete formas.
2A primeira forma, trevas, a segunda, desejo; a
terceira, ignorância,; a quarta, é a comoção da morte; a quinta, é o reino da carne; a
sexta, é a vã sabedoria da carne; a sétima, a sabedoria irada. Essas são as sete
potências da ira.
3Elas perguntaram à alma: ´De onde vens, devoradoras de homens,
ou onde vais, conquistadora do espaço?' A alma respondeu dizendo: ' O que me
subjugava foi eliminado e o que me fazia voltar foi derrotado..., e meu desejo foi
consumido e a ignorância morreu.
4Num mundo fui libertada de outro mundo; num
tipo fui libertada de um tipo celestial e também dos grilhões do esquecimento, que
são transitórios. Daqui em diante, alcançarei em silêncio o final do tempo propício,
do reino eterno'.
5" Depois de ter dito isso, Maria Madalena se calou, pois até aqui o
Salvador lhe tinha falado.
Mas André respondeu e disse aos irmãos:"Dizei o que tendes para dizer sobre o
que ela falou. Eu, de minha parte, não acredito que o Salvador tenha dito isso. Pois
esses ensinamentos carregam idéias estranhas".
6Pedro respondeu e falou sobre as
mesmas coisas.
Ele os inquiriu sobre o Salvador:"Será que ele realmente conversou em particular
com uma mulher e não abertamente conosco? Devemos mudar de opinião e
ouvirmos ela? Ele a preferiu a nós?"
7Então Maria Madalena se lamentou e disse a
Pedro: "Pedro, meu irmão, o que estás pensando? Achas que inventei tudo isso no
mau coração ou que estou mentindo sobre o Salvador?" Levi respondeu a Pedro:
"Pedro, sempre fostes exaltado.
8Agora te vejo competindo com uma mulher como
adversário. Mas, se o Salvador a fez merecedora, quem és tu para rejeitá-la?
Certamente o Salvador a conhece bem. Daí a ter amado mais do que a nós. É antes,
o caso de nos envergonharmos e assumirmos o homem perfeito e nos separaremos,
como Ele nos mandou, e pregarmos o Evangelho, não criando nenhuma regra ou
lei, além das que o Salvador nos legou."
Depois que Levi disse essas palavras, eles começaram a sair para anunciar e
pregar.
FIM